Reflexão sobre o filme: Cube

"Cube" é um filme canadiano de em 1997, do género de ficção científica, realizado por Vincenzo Natali.

Este foi o primeiro grande sucesso da produtora Canadian Film Centre. Com um orçamento muito baixo o filme atingiu um sucesso inesperado.

Este filme analisa um enredo muito simples. Faz-nos questionar sobre nós próprios, os nossos valores e princípios morais, e em que ponto somos capazes de abdicar de tudo pela sobrevivência.

O filme, "Cube", começa com um homem chamado Alderson que acorda num estranho quarto em forma de um cubo. Cada sala tem 6 paredes e cada uma destas tem uma porta, incluindo o teto e o chão. Quando Alderson recupera do choque, este decide abrir duas das portas e olhar para o que está além das mesmas.

Este repara que as salas são idênticas, exceto na cor. Então, Alderson, abre uma terceira porta e decide, desta vez, entrar. Olha ao seu redor e pressupõe que a sala é segura. Este dá dois passos em frente e, de repente, uma rede de fios de navalha corta o seu corpo em pedaços e estes caem no chão.

Numa outra sala: Quentin, um polícia, Worth, um trabalhador de escritório, Holloway, uma médica, Rennes, um experiente em "escape rooms", e Leaven, uma estudante. Nenhum destes sabe como é que ali chegou e desconhecem tudo o que lhes rodeia.

Quentin, no entanto, reconhece a existência de armadilhas, uma vez que quando entrou numa das salas quase teve a sua cabeça cortada. Todos eles decidem unir-se para escapar daquele cubo.

Rennes, o experiente em "escape rooms", afirma já ter escapado de sete "escape rooms", por isso assume a liderança e mostra como testar as armadilhas. Este lança uma bota para uma das salas, na esperança de que seja acionada a armadilha.

A armadilha não é acionada e, por isso, Rennes acredita que a sala é segura. Este acaba por morrer de uma forma terrível, o seu rosto é pulverizado com ácido. Os restantes acreditam que o piso pode ser sensível à pressão, ou sensível ao calor.

Quentin assume então o função de líder e decide perguntar a todos qual era o seu trabalho antes de chegar àquele Cubo. Holloway era médica numa clínica, Quentin era um polícia. Worth trabalhava num escritório. Todos se interrogavam sobre a razão de serem eles os escolhidos para ali estarem.

Leaven é uma "expert" em matemática e recorda-se de que cada sala tinha um conjunto de números gravados. Esta acredita que as salas que possuem números primos são as que estão armadilhadas.

A certa altura, Quentin verifica a porta no teto e imediatamente cai uma sétima pessoa: Kazan. Este é um autista que irá comprometer o avanço do grupo. O grupo pára para especular sobre as origens do Cubo. Com isto, inicia-se uma discussão entre Quentin e Holloway. Quentin acha absurdo as teorias de Holloway e Holloway afirma que Quentin é um ingênuo.

À medida que o filme avança, o grupo vai testando alguns quartos de modo a conseguir fugir daquele grande e confuso Cubo. 

Ao final de algum tempo, o paradigma de Leaven de que as salas que não possuem números primos são seguros torna-se incorreto.

Worth e Quentin começam a discutir. Com esta discussão descobre-se que Worth é o arquiteto responsável pela criação do Cubo. Os restantes membros do grupo começam a desconfiar de Worth, porém acreditam que este pode ser a chave para saírem dali.

Worth acaba por fornecer informações sobre as dimensões do escudo exterior.

Leaven percebe que os números entre as salas representam as coordenadas cartesianas codificadas, que mostram onde cada sala se situa no Cubo. Com a informação fornecida por Worth, esta consegue calcular a dimensão do labirinto. Conclui que existem 17 576 salas. Através das coordenadas codificadas, foi capaz de determinar o número de salas de cada face do Cubo.

O grupo decide fazer o caminho até à face mais próxima do Cubo. Quentin começa a tornar-se frio, insensível e com mau-caráter. O grupo chega a uma das salas, muito perto da face do Cubo, porém são impedidos de prosseguir, pois, haviam lanças que saiam das paredes e estas eram ativadas pelo som. Quentin recusa-se a recuar, insistindo que façam o caminho através desta sala com armadilha.

Quase todos passam, no entanto, no último segundo, Kazan, incapaz de entender o que está a acontecer, faz ruído, e mais uma vez, Quentin escapa à morte. Este fica furioso com Kazan, e todos começam a discutir. Quentin mostra-se agressivo e impaciente.

O grupo chega finalmente a uma das faces do Cubo.

Descobrem que existe uma diferença entre a última porta do Cubo e o escudo exterior. Fazem uma corda feita das suas roupas, Holloway voluntaria-se para tentar sair do Cubo para tentar ver alguma coisa. Quando esta está suspensa pela corda, o cubo treme e Holloway cai. Quentin agarra-a, mas, de seguida, deixa-a cair, fingindo foi um acidente.

A certa altura o grupo decide descansar. Leaven é acordada por Quentin pedindo para irem para outra sala para não fazer barulho. Este tenta convencer Leaven a deixar os outros para trás, esta discorda e este tenta violá-la. Worth e Kazan, felizmente, acordam a tempo para salvar Leaven.

Quentin confessa que a morte de Holloway pode não ter sido um acidente.

Quentin pede a Worth para ver a sala em baixo, este ri de forma histérica quando percebe que, no chão, está o cadáver de Rennes. Estes acabam por perceber que as salas mudam as suas posições, deslocando-se em espaços vagos no Cubo ao longo do tempo. Leaven descobre que os conjuntos de números em cada sala codificam também a sua localização atual.

Os números podem sofrer permutações. Após algum tempo para calcular, Leaven descobre que uma sala mais cedo ou mais tarde ficará num ponto fora do Cubo. E esta sala pode ser a ponte entre o Cubo e o exterior.

Kazan, o autista inútil, pode executar as tais fatorações com bastante facilidade. Possui uma mente brilhante. Kazan, antes inútil e agora é a pessoa mais valiosa para o grupo. Graças a Kazan podem estimar onde é a saída do Cubo.

Leaven, Worth, e Kazan discutem com Quentin e deixam-no numa sala abaixo deles para que este morra. Eles percorrem o labirinto e, finalmente, encontram a sala que os levará para fora do Cubo.

Estes estão prestes a sair quando Worth anuncia que não vai, pois, não há ninguém à sua espera fora do Cubo. Nesta altura, Quentin chega até eles, coberto de sangue. Com uma espécie de lança que este arrancou de uma das portas de uma das salas, mata Leaven. Quando este está prestes a matar Kazan, Worth utiliza o resto da sua força para agarrar a perna de Quentin. Quentin fica preso entre o espaço de duas salas. Esta sala, que é uma ponte, começa a mexer-se.

Com isto, Quentin é cortado ao meio. Worth cai ao pé de Leaven e acaba por morrer.

Kazan é o único que sobrevive. No filme não é mostrado o exterior, porém podemos ver Kazan a caminhar em direção a uma luz intensa, possivelmente uma referência à liberdade.

O filme "Cube" tem por característica a utilização de estereótipos em relação às pessoas que vivenciam o ambiente do Cubo durante a longa-metragem. Podemos ir um pouco mais além e perceber que a "personagem" principal do filme é o próprio Cubo no qual todos eles ali estão aprisionados.

Com este filme conseguimos perceber que o nosso verdadeiro "eu" vem sempre ao de cima em situações de perigo e de elevado stress. Como, por exemplo, o Quentin.

Quentin ao longo do filme mostra-se cada vez mais maníaco, agressivo e manipulador. Este foi o culpado pela morte de Holloway, tentou violar Leaven e ainda tentou deixar para trás Kazan por ser autista.

A personagem Kazan, para o grupo, representa um teste, no início todos pensavam que ele nada trazia de útil para a fuga, porém, este era a chave para sair do Cubo.

E, no final, Kazan foi o único que escapou.


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